A confirmação dos primeiros casos de contaminação por metanol em Pernambuco evidenciou a importância de uma vigilância sanitária estruturada no Estado. Para o vereador do Recife, Tadeu Calheiros (MDB), a crise expõe uma fragilidade antiga: a falta de efetivo e de condições adequadas de trabalho na Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).
Atualmente, a Agência conta com apenas 133 profissionais para atender os 184 municípios do Estado e o Arquipélago de Fernando de Noronha. Apesar dos esforços desses servidores, o quadro é insuficiente diante da dimensão de Pernambuco e das crescentes demandas da vigilância sanitária.
“O último concurso para a Apevisa ocorreu em 2018, e muitos aprovados desistiram ou não assumiram devido à baixa remuneração. Isso se soma à ausência de regulamentação da Gratificação de Fiscalização — prevista em lei e já aplicada em outros estados e municípios, como no Recife. Sem esse reconhecimento, fica mais difícil atrair e reter profissionais qualificados”, destacou Calheiros.
Para o vereador, é urgente que o Governo do Estado reforce o quadro de servidores por meio de novo concurso público e assegure melhores condições de trabalho, inclusive com a regulamentação da gratificação, para que a Apevisa tenha capacidade de resposta à altura dos desafios.
Calheiros também ressaltou que, durante a pandemia da Covid-19, médicos, enfermeiros, psicólogos e diversas categorias da saúde mostraram sua importância no enfrentamento da crise. “Hoje, com o risco do metanol, precisamos ter a mesma clareza sobre o papel essencial dos fiscais da vigilância sanitária, que atuam para prevenir ocorrências e proteger a população”, afirmou.
O parlamentar reforçou que seguirá cobrando do Governo de Pernambuco investimentos, valorização salarial e a ampliação do quadro da Apevisa. “A saúde pública depende de uma vigilância forte. Dar condições a quem está na linha de frente é uma medida objetiva para proteger vidas”, concluiu.